Vazando

E as obras ganharam vida. Estou sendo escravizado por criações minhas. Monstros internos vagando por aí. Angústias, medos e problemas meus, agora assustam outras pessoas. O caderno não fecha mais, tudo o que estava escrito vazou. Fugiram meus desejos, fantasias e amores, personagens dos meus segredos. Posso vê-los andando ali. Ali mesmo, olha ali, consegue ver? São meus. Assassinos que criei, amores que inventei, saudades que não passei. Minhas mentiras e verdades inventadas. Tudo faz parte do mundo de todos. Não sou dono de mais nada. Vazaram minhas memórias, vazaram minhas esperanças, vazaram meus anseios. Estou vazando. Estou secando. Já não tenho mais nada em mim. Sou oco. Sou eco. Sou vácuo.

Comentários

Unknown disse…
É um vazio cercado de coco.
Tiago Moralles disse…
Isa, saudade de Ti por aqui.
Anônimo disse…
Você escreve muito bem, seguindo. Um beijo no coração.
www.aurevoirsaudade.blogspot.com
Tammy disse…
O vazio é vácuo que não conseguimos preencher.
seguindo-te.Gostei muito das palavras,bem objetivo!
Ju Fuzetto disse…
Meu oco costuma evaporar vezemquando.
Tiago Moralles disse…
Gostei do "vezemquando".
Rafaela disse…
A cada conto lido
afirmo o prazer de seguir
esse seu blog!
Que continue a vazar assim...
TANTA verdade em tão pouco espaço!
Tiago Moralles disse…
Brigado Rafa.
Fico feliz.

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