esta é uma obra de ficção

meu personagem sou eu.
por mais que invente nomes
por mais que mude datas
o que conto é só meu
vívido e vivido.
escrevo salgado sobre doces sensações inéditas.
antena de tristezas
o papel.
conto histórias de saudade em primeira pessoa.
meu narrador é onisciente
onipresente
e impotente.
não muda passado.
assim como não consegue mexer no presente.
e se futuro existisse
seria imutável
também.
nada se mexe nessa vida.
estátuas de sonhos.
sou narrador-personagem-protagonista-testemunha ocular
cegamente certo que só eu olho por mim.
peço dinheiro na rua
passo por mim anestesiado.
limpo minhas próprias desgraças.
sigo ganancioso de sofrimentos.
minha única qualidade
nessa vida
é reconhecer todos os meus
problemas.

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