Só entenda
Quantas vezes não me pego em uma atmosfera da qual não pertenço em vida. Pego-me vagando por uma existência surreal, com possibilidades infinitas e razões ilimitadas; para quando retorno a atenção, estou perdido em algumas linhas de uma leitura responsável por minha breve viagem.
Complicações como essa, são corriqueiras a um portador de concentração dispersiva. Ao deleitar-me com poucas linhas de uma leitura, nem sempre profunda, perco-me nos intervalos dedicados ao respiro do leitor, aquela pouca distância que há entre aqui e aqui, por exemplo.
Não obstante disso, você está, neste momento, perdendo também sua concentração, e o pouco texto que leu, já não se faz tão presente em sua memória como acha que deveria, sendo quem sabe, até capaz de reler o breve trecho já passado para ver se compreende o que digo. Tudo bem se isso ocorreu, o que nada mais seria do que uma metalinguagem interativa entre o meu antigo problema e a sua recente percepção.
Não vim aqui dizer se há ou não, solução para isso; só quero dividir contigo, o conhecimento desse meu pequeno deslize literário, que vez por outra, apanho-me perdido entre caracteres.
Não gostaria que compartilhasse comigo esse inoportuno problema. Mas pelo visto, parece que já se faz um tanto quanto tarde, acho que sua atenção quase não tenho mais. Desculpe caro observador, se assim posso chamá-lo, desculpe se o fiz chegar até aqui e não entender quase nada do que relatei, só que é mais ou menos assim que fico quando estou a saborear alguma página e sinto-me perdido em minha própria i-ma-gi-na-ção.
Comentários
tbm tenho concentração dispersiva, tanto que nem consigo falar sobre isso.
bom findi, queridão.
Até a minha visão ficou embaçada.
Já dá pra ser Mãe Diná Sr. Moralles !