À Deriva
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Engraçado como o nome do filme me trouxe tantos significados.
Acho que à deriva ficaram as interpretações. Explico. Nada de ruim, mas é interessante como a novata Filipa (Laura Neiva) e o experiente Mathias (Vincent Cassel) foram sugados em cena por Clarice (Débora Bloch), a primeira justamente por ser estreante e o segundo pelo esforço em representar em português perto de um dinossauro da dramaturgia.
À deriva ficaram também algumas cenas. A sensação de repetição deixou o filme um pouco cansativo em alguns momentos. Creio ainda que se fosse uma produção somente francesa, alguns mais conservadores não ousariam falar isso.
À deriva ficou o meu palpite sobre o desenrolar da trama. Apostava minhas fichas em um final clichê. Não errei tanto, mas fui surpreendido em detalhes por Heitor Dhalia, que assim como em O Cheiro do Ralo, conseguiu me deixar na cadeira até praticamente o fim dos créditos. Diferente de algumas pessoas na sala que saíram ainda durante o filme. Ouso dizer novamente que se fosse uma produção francesa isso não aconteceria.
Ah, ainda à deriva, ficou todo meu olhar sobre o filme, que entrei na sala achando que veria um drama sobre uma família em atos de separação, com situações sofridas e todas consequências mais que são de direito. E novamente fui surpreendido, o filme é um drama psicológico sobre os últimos momentos de um casamento, mas a dor e a profundidade dos acontecimentos são de total ponto de vista de Filipa, a jovem que ao mesmo tempo em que descobre a saída da adolescente com experiências, amores, corpo, provocações e prazeres, descobre também a dura entrada no mundo adulto.
Sem contar a trilha que em alguns momentos me deixou em uma deriva sensitiva. Onde em cenas de pós discussão e de climas pesados a trilha assumia e confundia em minha cabeça, sons parecidos a respiradores de ar em hospitais, quem sabe uma anunciação para os últimos momentos de vida daquele relacionamento.
Ouso dizer, por último, que se fosse uma produção francesa, o contexto e a qualidade do filme não seriam suficientes pra me fazer escrever essa crítica.
Obrigado ao cinema brasileiro por ter me permitido resgatar mais um filme que boiava à deriva em meio a sangue, violência, nordeste, pobreza e periferia.
Engraçado como o nome do filme me trouxe tantos significados.
Acho que à deriva ficaram as interpretações. Explico. Nada de ruim, mas é interessante como a novata Filipa (Laura Neiva) e o experiente Mathias (Vincent Cassel) foram sugados em cena por Clarice (Débora Bloch), a primeira justamente por ser estreante e o segundo pelo esforço em representar em português perto de um dinossauro da dramaturgia.
À deriva ficaram também algumas cenas. A sensação de repetição deixou o filme um pouco cansativo em alguns momentos. Creio ainda que se fosse uma produção somente francesa, alguns mais conservadores não ousariam falar isso.
À deriva ficou o meu palpite sobre o desenrolar da trama. Apostava minhas fichas em um final clichê. Não errei tanto, mas fui surpreendido em detalhes por Heitor Dhalia, que assim como em O Cheiro do Ralo, conseguiu me deixar na cadeira até praticamente o fim dos créditos. Diferente de algumas pessoas na sala que saíram ainda durante o filme. Ouso dizer novamente que se fosse uma produção francesa isso não aconteceria.
Ah, ainda à deriva, ficou todo meu olhar sobre o filme, que entrei na sala achando que veria um drama sobre uma família em atos de separação, com situações sofridas e todas consequências mais que são de direito. E novamente fui surpreendido, o filme é um drama psicológico sobre os últimos momentos de um casamento, mas a dor e a profundidade dos acontecimentos são de total ponto de vista de Filipa, a jovem que ao mesmo tempo em que descobre a saída da adolescente com experiências, amores, corpo, provocações e prazeres, descobre também a dura entrada no mundo adulto.
Sem contar a trilha que em alguns momentos me deixou em uma deriva sensitiva. Onde em cenas de pós discussão e de climas pesados a trilha assumia e confundia em minha cabeça, sons parecidos a respiradores de ar em hospitais, quem sabe uma anunciação para os últimos momentos de vida daquele relacionamento.
Ouso dizer, por último, que se fosse uma produção francesa, o contexto e a qualidade do filme não seriam suficientes pra me fazer escrever essa crítica.
Obrigado ao cinema brasileiro por ter me permitido resgatar mais um filme que boiava à deriva em meio a sangue, violência, nordeste, pobreza e periferia.
Comentários
Não conta pra ninguém eu já saí do cinema na metade de um filme francês, rsrsr! E nem lembro o nome do filme, de tão bom que era!
Mas de francês aqui só o Cassel e a parceria, o resto é bem brasileiro, vale a pena.
;)
Ah, e o dinossauro foi sacanagem com a idade hehehe.
http://pitombo.wordpress.com/o-que-vi-o-que-quero-ver-o-que-nao-vou-ver/
Concordo com você,sobre a produção Brasileira e adorei não ter ler as legendas no filme...
Abçs, Pattricia