A Origem, a precocidade e um pouco de não é pra tanto



Como é comum em toda superprodução cinematográfica, o barulho em torno de A Origem não foi diferente (afinal, o dinheiro que vai, tem que voltar). O filme encanta muito mais pelo fôlego reconhecido dos estúdios em fazer um projeto novo, e pelo bom uso dos efeitos especiais (vide cenas em “gravidade zero”), do que pelo conjunto do trabalho, que possui deslizes e alguns pontos fracos.

Junto com essa expectativa, alguns precoces contemporâneos aficionados por Hollywood, já decretaram o filme como uma das melhores e mais inteligentes projeções dos últimos anos. Aí me pergunto, o quanto longe esse pessoal já foi no cinema. e a metalinguagem de Fellini, Primer, o delicioso e nerd projeto independente de ficção científica, ou mesmo Sinédoque, Nova Iorque, pra ser mais recente, seriam algumas das respostas que gostaria de ouvir.

Não dá pra entrar muito no filme, que, apesar de ter roteiro um tanto quanto diferente para padrões de blockbusters, não possui uma trama tão complexa assim, logo, qualquer detalhe a mais seria um triste spoiler.

Como bem resumiu o jornalista Mauricio Stycer, ”Don Cobb (Leonardo DiCaprio), é um especialista em entrar na mente das pessoas para roubar segredos. A missão que vamos acompanhar na tela é mais complexa: em vez de extrair, ele deve inserir uma ideia na mente de um empresário”. É isso. Essa é a linha central do filme.

Apesar de ser uma experiência que vale a pena conferir, o longa peca em dois pontos clássicos de Hollywood: personagens superficiais demais, como por exemplo Michael Cane, no papel de Miles; e a falta de aprofundamento em temas e discussões. Dava pra tirar muito mais de assuntos como Psicanálise, Subconsciente e Catarse. Só que aí, o fadado cinema clichê-comercial, ficaria inteligente demais, difícil demais e com bilheteria de menos.

Comentários

A ideia de questionar o que é e o que não é realidade, e os seus sonhos dentro dos sonhos, se perde no meio de tantos tiros e perseguições - bem ao gosto do freguês hollywoodiano. Creio que o roteiro nas mãos de um Charles Kaufman ficaria bem mais interessante.
Tiago Moralles disse…
Sou suspeito demais pra falar de Kaufman, gosto muito. Acho que Thomas Anderson também faria boa coisa.
Felipe Carriço disse…
Cara... Ser cinéfilo é um peso muito grande para carregar. Imagine, ser obrigado a interpretar tudo, traçar paralelos com outros filmes, diretores, efeitos e linguagens... Eu não suportaria. Rs!
Tiago Moralles disse…
Acho que eu também não.
Gordinha disse…
Essas bilheterias de menos, mata o cinema, que usa da superficialidade para a chamar os expectadores...

Enfim vou assistir, não sei quando mas vou!

Mudando de assunto, sabe o que lembrei, que é chato voltar da facú, sozinha, sem a galera! Senti até sua falta na lotação hoje! heheheh!

Bjs!
=D
Tatá R. da S. disse…
Eu amei este filme. Com certeza dava pra explorar estes aspectos, mas ele tinha que ser comercial de qualquer maneira. E pode acreditar, conheço uma porrada de gente que não entendeu bulufas do filme, imagina se fosse mais aprofundado... Talvez se a humanidade fosse mais intelectual, um filme bem inteligente seria um filme de massa. Bons sonhos. Haha.
Beijo.
Tiago Moralles disse…
Bons tempos Tálita. Cê tá indo pra facu quais dias? DP? Meu irmão tá por lá.
_

Tatá, seria um sonho.
E é duro acreditar que pessoas não entenderam o filme.
Beijos.
Ainda não assisti ao filme...
Anônimo disse…
Ainda não vi. mas, crio que eu mais do que ninguem ando precisando de uma mega produção hollywoodiana pra ver se consigo fugir da realidade.

beijos meus
Moralles B. disse…
Filme difícil de entender é Mulholland Drive, de Lynch.
Vou ver A Origem, estou esperando bastante.
Abraços.
Gabi Ramos disse…
Vi ele hoje!
Um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos...
Não sou muito faz de ação,mas este... sem explicação, com certeza sonharei com ele hoje hehehe... pq né?
icaro disse…
Gosto muito deste ator, o tal de My Cocaine
Tiago Moralles disse…
My Cocaine foi bom Ícaro hehe.

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