Duchampado

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Chegou recentemente ao Brasil a primeira exposição individual sobre Marcel Duchamp, “ Uma obra que não é uma obra ‘de arte’ “. A mostra reúne 120 peças do artista no MAM (Museu de Arte Moderna), que fica no Parque do Ibirapuera aqui em São Paulo. Junto com seus trabalhos, está uma outra exposição que traz artistas brasileiros influenciados por Duchamp, denominada “Duchamp-me”.

Ao lado de mestres como Dali e Andy Warhol, os trabalhos de Duchamp também me agradam. Artista radical francês que mudou muita coisa na forma tradicional de se ver e interpretar a arte. Através do período ready-made e outras intervenções (ousadas) propostas e impostas ao seleto grupo de artistas de sua época, Duchamp começou a ganhar espaço e visibilidade.

A exposição traz trabalhos interessantes e reflexivos, tirando os já conhecidos como A Fonte, Nu descendo a escada e a Roda, tive a oportunidade de ver algumas produções de Duchamp que dificilmente teria, destaque para a projeção Entr’act de 1924, feita em parceria com o cineasta René Clair, que apresenta sutilmente seu lado humorístico e sarcástico.

Apesar de o “original” não ser uma preocupação marcante de Duchamp, onde ele mesmo reproduzia cópias e reconstruções de seus trabalhos (o que pode ser visto na obra “Caixa-valise”, assinada por Marcel Duchamp e Rrose Sélavy “pseudônimo do artista”), a exposição traz muitas réplicas dos trabalhos originais, incluindo entre elas os mais famosos como citado acima, em minha opinião, um ponto negativo da exposição.

Tenho outros pontos negativos pra falar, mas sobre o ambiente externo, como por exemplo: o super interesse de visibilidade dos mantenedores e patrocinadores em promover a exposição principal sem a preocupação de monitorar e orientar o público leigo e variado que freqüenta a mostra, fruto de propaganda massificada; opostamente, o descaso da mídia com a exposição paralela, Duchamp-me, claro reflexo do baixo movimento no salão onde estão as obras.

Contudo, prefiro deixar esses pontos para segundo plano, prefiro deixar essas reflexões para momentos que permitam e construam tais discussões, prefiro não perder tempo falando de aspectos negativos. Quero na verdade, incentivar o lado bom, fomentar o que é válido e indicar programas interessantes, ou seja, quero fazer simplesmente a minha parte no meio do todo. Então, bom passeio e bom divertimento. Aqui vai mais uma dica, Duchamp-se.

Comentários

Anônimo disse…
legal, tiago!

eu vi uma reportagem sobre a exposição na veja e fiquei c/ muita vontade de ir. pena que eu ñ moro em sp! :]

abraços
Tiago Moralles disse…
Valeu a pena mesmo, bem bacana.
Anônimo disse…
duchamp rockssssssss
Anônimo disse…
Linda dica!

Vou conferir até quando vai. Dia 16 estarei em sp, se ainda estiver rolando, certamente irei conferir.

Abraço!
Tiago Moralles disse…
Confere que vale a pena.
Ah, não deixa de passar na lojinha e comprar um souvenir hehe, eu passei por lá e comprei um lápis do MAM, mania de lápis, fazer o que né hehe.
urik paiva disse…
Duchamp foi uma das grandes figuras do século XX. Sem ele, o mundo seria outro. Talvez mais chato.

;)
Tiago Moralles disse…
Mais chato eu também concordo, bem observado por sinal.

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