Marola
Conta-se aqui, que coisa de muitos anos atrás, viveu em beira mar, moça com beleza a causar gigantesca inveja, caso existissem moradores suficientes na região litorânea.
Apesar de sua rotina simples e apesar ainda mais do minúsculo vilarejo, nunca chegou próximo do mar. Uns achavam ser superstição familiar, outros, os mais interessados na beleza, achavam ser ciúmes hereditário. E mesmo com todo o cuidado que rodeava essa fina linha carnal da perfeição, alguns ainda conseguiam flertar a menina pura.
Com olhar simplório, delicados gestos e sem intenção, ela fascinava quem a olhasse, mas não correspondia a troca de olhares e muito menos dava isso a entender, apenas vivia, e nada mais era necessário.
Enlouquecendo todos os moradores, aos poucos foi crescendo e dobrando beleza. Se é que era possível aumentar. Inveja, desejo e cobiça, proporcionalmente também aumentavam.
Como a vida não é aliada de nada, morreram anos depois, os pais da moça, que viu-se sozinha em seu pequeno mundo. A necessidade de buscar vida fora dele e a curiosidade para descobrir o além das terras de família, fez com que cruzasse os limites terrenos.
E esse foi o dia da redenção.
Todos, sem exceção, pararam para observar beleza que se materializava em mulher.
O primeiro sonho: conhecer aquilo que os pais chamaram toda vida de mar.
A passos lentos e hipnóticos, seguiu em direção ao fim da areia. Os pés tocaram a imensidão de água em um momento único, sublime e romântico, tanto pra ela como para a borda do oceano, que, até aquele dia, estática, desconhecia o significado de movimento e marola.
Até hoje, acredita-se que o mar vem a praia milhares de vezes durante o dia, em formato de ondas, na busca cegante e apaixonada de rever a moça, que naquela mesma noite, foi morta pelos moradores, consequência da inveja de beleza alheia.
Apesar de sua rotina simples e apesar ainda mais do minúsculo vilarejo, nunca chegou próximo do mar. Uns achavam ser superstição familiar, outros, os mais interessados na beleza, achavam ser ciúmes hereditário. E mesmo com todo o cuidado que rodeava essa fina linha carnal da perfeição, alguns ainda conseguiam flertar a menina pura.
Com olhar simplório, delicados gestos e sem intenção, ela fascinava quem a olhasse, mas não correspondia a troca de olhares e muito menos dava isso a entender, apenas vivia, e nada mais era necessário.
Enlouquecendo todos os moradores, aos poucos foi crescendo e dobrando beleza. Se é que era possível aumentar. Inveja, desejo e cobiça, proporcionalmente também aumentavam.
Como a vida não é aliada de nada, morreram anos depois, os pais da moça, que viu-se sozinha em seu pequeno mundo. A necessidade de buscar vida fora dele e a curiosidade para descobrir o além das terras de família, fez com que cruzasse os limites terrenos.
E esse foi o dia da redenção.
Todos, sem exceção, pararam para observar beleza que se materializava em mulher.
O primeiro sonho: conhecer aquilo que os pais chamaram toda vida de mar.
A passos lentos e hipnóticos, seguiu em direção ao fim da areia. Os pés tocaram a imensidão de água em um momento único, sublime e romântico, tanto pra ela como para a borda do oceano, que, até aquele dia, estática, desconhecia o significado de movimento e marola.
Até hoje, acredita-se que o mar vem a praia milhares de vezes durante o dia, em formato de ondas, na busca cegante e apaixonada de rever a moça, que naquela mesma noite, foi morta pelos moradores, consequência da inveja de beleza alheia.
Comentários
Abraços
=D
Parabéns.
Dezoito anos depois do nascimento, tocou o mar pela primeira vez na semana retrasada.
Romântica que é, vai rapidinho se encaixar no espírito da sua personagem.
Que bonito, homi!
Beijo*
_
Gé, passa pra ela o link, quero ver o que ela vai achar.
Obrigado pela visita no blog. Estou atualizando novamente.
Abs
Nas ondas verdes do mar!
Achei lindo.
Apesar que não resisti, e tive que entristecer o final hehe.
Vou imprimir, levar pra ela, e te conto a reação/opinião, pode deixar ;)
Belo texto, Tiago (aproveitando o espírito).
Legal o conto, Tiagão. Parabéns, meu velho.
Ah, descobri quem é Sandro Silvestre hehe, depois a gente conversa.
Total inspiração.